1/26/2010

Viver...à minha maneira


Não quero que me tomem por confidente, se para isso tenho que omitir tudo aquilo em que acredito.
Nunca irei trair as minhas convicções porque neste caso estaria a ser desleal.
Sendo desleal comigo, nunca serei amiga de ninguém.
Quem é meu amigo nunca irá obrigar-me através das suas confidências a ignorar valores morais e éticos, que ouso afirmar fazem parte integrante do meu ser e do meu viver.
E eu vou tentando viver aplicando esses valores e tentando transmiti-los às pessoas com quem vivo e convivo.
Nem sempre a mensagem é entendida mas não desisto.
Dizem que não sou deste mundo, que não sou normal, que a honestidade, a sinceridade, a cumplicidade e o respeito não se encaixam na selva em que vivemos.
Eu sou assim e os outros não podem querer moldar-me aos seus padrões de “normalidade”.

Ética e moral são valores de homens livres.

Dorinda

1/10/2010

Beijinhos


Umas horas, apenas um par de horas e voltei a ser criança.
Não são saudades o que sinto, é apenas o relembrar dos meus tempos de garota.
Lembrei-me de brincadeiras que hoje estão esquecidas.
Aqueles joguinhos feitos quando o verão nos proporcionava dias de praia.
Lembram-se dos beijinhos? O encontrar um era uma verdadeira caça ao tesouro, porque quando encontrado, era oferecido ao nosso amiguinho preferido.
Essa oferta tinha um significado especial. Além de nos declararmos sem ter que falar, esse beijinho, se fosse aceite, dava direito a ser retribuído com um beijinho a sério.
São somente recordações da ingenuidade e da sinceridade que faziam parte de mim.
Continuo a ser sincera e relativamente a certos assuntos permaneço ingénua.
Talvez sejam esses mesmos sentimentos que me permitem reviver momentos especiais.

Momentos de menina, que fazem de mim a mulher que hoje sou. 

Dorinda

1/05/2010

Verdade absoluta


O meu cepticismo tem-me causado problemas desde que tenho idade para pensar.
O estar escrito, ouvir os outros falar, ouvir as suas certezas, para mim nunca foi sinónimo de verdade absoluta.
As respostas que se ouvem em criança do género - é verdade e pronto, ou então -porque é assim, foram sempre assunto de contestação de minha parte. 
Preciso de inteirar-me de um assunto para formar a minha própria opinião, ou então as minhas dúvidas.
Todos deveriam duvidar, porque a verdade e a certeza dependem muito da realidade em que vivemos mas acima de tudo, da forma como a vivemos.
Por esta razão deveríamos questionar tudo o que nos é ensinado e apenas reconsiderar o que é verdade, ou não, através das nossas experiências.
Não confirmar nem desmentir até termos provas reais. Também devemos ter em mente que a nossa verdade pode não ser a dos outros.

Podem acreditar no que acabei de escrever, mas não deveriam fazê-lo, a não ser que a vossa experiência o confirme.

Dorinda

1/02/2010

Le vase brisé

Le vase où meurt cette verveine
D'un coup d'éventail fut fêlé ;
Le coup dut l'effleurer à peine :
Aucun bruit ne l'a révélé.

Mais la légère meurtrissure,
Mordant le cristal chaque jour,
D'une marche invisible et sûre
En a fait lentement le tour.

Son eau fraîche a fui goutte à goutte,
Le suc des fleurs s'est épuisé ;
Personne encore ne s'en doute ;
N'y touchez pas, il est brisé.

Souvent aussi la main qu'on aime,
Effleurant le coeur, le meurtrit ;
Puis le coeur se fend de lui-même,
La fleur de son amour périt ;

Toujours intact aux yeux du monde,
Il sent croître et pleurer tout bas
Sa blessure fine et profonde ;
Il est brisé, n'y touchez pas.

René François Sully Prudhomme