11/02/2013

silencio

Palavras são...
intensas,ditas nos braços de quem abraça.
intimas e doces que se ouvem nos corpos de quem ama.
lágrimas que nascem num olhar são... palavras.
palavras faladas causam dor, destroem vidas, arrasam sentimentos.
palavras sentidas são... amor

8/13/2011

De repente deu vontade de um abraço…

" Uma vontade de entrelaço, de proximidade… de amizade… sei lá… Talvez um aconchego amigo e meigo, que enfatize a vida e amenize as dores… Que fale sobre os amores, seja afectuoso e ao mesmo tempo forte. Deu vontade, de poder ter sauda...de de um abraço. Um abraço que eternize o tempo e preencha todo o espaço… Mas que faça lembrar do carinho, que surge, devagarinho, da magia da união dos corpos, das auras… sei lá. Lembrar do calor..."



imagem tirada daqui

6/17/2011


É bom contemplar o céu, uma estrela, e saber que bem longe uma pessoa contempla o mesmo céu a mesma estrela e murmura: Saudade...

6/16/2011

A Mulher

                                                                          Pintura de M&I Garmash

A Mulher

Se é clara a luz desta vermelha margem
é porque dela se ergue uma figura nua
e o silêncio é recente e todavia antigo
enquanto se penteia na sombra da folhagem.
Que longe é ver tão perto o centro da frescura

e as linhas calmas e as brisas sossegadas!
O que ela pensa é só vagar, um ser só espaço
que no umbigo principia e fulge em transparência.
Numa deriva imóvel, o seu hálito é o tempo
que em espiral circula ao ritmo da origem.

Ela é a amante que concebe o ser no seu ouvido, na corola
do vento. Osmose branca, embriaguez vertiginosa.
O seu sorriso é a distância fluida, a subtileza do ar.
Quase dorme no suave clamor e se dissipa
e nasce do esquecimento como um sopro indivisível.

António Ramos Rosa, in "Volante Verde"

3/26/2011

"A gente pode morar numa casa mais ou menos,
numa rua mais ou menos,
numa cidade mais ou menos
e até ter um governo mais ou menos.
A gente pode dormir numa cama mais ou menos,
comer feijão mais ou menos,
ter um transporte mais ou menos,
e até ser obrigado a acreditar mais ou menos no futuro.
A gente pode olhar em volta e sentir que tudo está mais ou menos.
Tudo bem. O que a gente não pode mesmo, nunca, de jeito nenhum,
é amar mais ou menos,
é sonhar mais ou menos,
é ser amigo mais ou menos,
é namorar mais ou menos,
é ter fé mais ou menos,
e acreditar mais ou menos.
Se não a gente corre o risco de se tornar
Uma pessoa mais ou menos". - Chico Xavier

3/22/2011





 ...evocas-me a madrugada.
Momentos íntimos, a entrega,
o nascer de uma nova história.

1/26/2011

Retrato Ardente

Entre os teus lábios
é que a loucura acode
desce à garganta,
invade a água.

No teu peito
é que o pólen do fogo
se junta à nascente,
alastra na sombra.

Nos teus flancos
é que a fonte começa
a ser rio de abelhas,
rumor de tigre.

Da cintura aos joelhos
é que a areia queima,
o sol é secreto,
cego o silêncio.

Deita-te comigo.
Ilumina meus vidros.
Entre lábios e lábios
toda a música é minha.

Eugénio de Andrade, in "Obscuro Domínio"

12/15/2010

É Natal


Quantos de vocês acreditam em Deus?
Quantos de vocês ainda se lembram que o Natal é uma celebração católica associada ao nascimento de Jesus? Porque se não for por esta razão que festejam, não vejo por qual será.

Pessoas morrem à fome, as guerras continuam.
O nosso planeta está a ser devastado em prol do nosso bem-estar.
Os países desenvolvidos investem em armas.
O racismo persiste, a xenofobia permanece.
Os direitos humanos são desrespeitados todos os dias.
Igualdade, cidadania (direitos e responsabilidades) … utopia.

Quem acredita, que comemore.
Quem não acredita, que não use esta celebração para praticar actos de solidariedade, aliviando assim as suas consciências, para depois esquecer… tudo e todos.  
Dorinda

10/22/2010

Da alma, e de quanto tiver

Da alma, e de quanto tiver
Quero que me despojeis,
Contanto que me deixeis
Os olhos para vos ver.

Cousa que este corpo não tem
Que já não tenhais rendida;
Depois de tirar-lhe a vida,
Tirai-lhe a morte também.

Se mais tenho que perder,
Mais quero que me leveis,
Contanto que me deixeis
Os olhos para vos ver.

Luís de Camões